O MOVIMENTO DESCONECTA

Nascemos da vontade de agir e da crença de que existem soluções ao nosso alcance

Quando os smartphones e redes sociais começaram a ser dados às crianças e adolescentes, não havia pesquisas sobre seu impacto. Agora que estão disponíveis as evidências são avassaladoras.

Os smartphones expõem crianças e adolescentes a conteúdos nocivos e altamente viciantes, acarretando prejuízos individuais na cognição, memória, saúde mental, relacionamentos e prejuízos coletivos como cyberbullying, desinformação, polarização e extremismo.

No entanto, a pressão social nos colocou, como pais, em uma posição desafiadora: ou damos aos nossos filhos acesso a algo que abre portas para vários perigos ou corremos o risco de excluí-los socialmente.

O Movimento Desconecta nasceu da vontade de agir e da crença de que há soluções ao nosso alcance. Queremos trazer a decisão de volta aos pais para iniciar essa transformação. Acreditamos no poder de ações coletivas e queremos inspirar familia a familia, escola a escola, a se juntarem a nós nessa missão.

Com o tempo, aprendemos a restringir o álcool e o cigarro a certos grupos etários. Os smartphones estão conosco há apenas 15 anos, e agora que conhecemos seus efeitos prejudiciais, precisamos agir.

Começamos pela escola de nossos filhos, mas queremos espalhar essa semente por todo o Brasil

Sabemos que há muito a ser feito. Inspirados por movimentos similares no exterior, escolhemos um caminho que acreditamos ser poderoso e transformador.

Imaginamos que as familias de cada escola ou comunidade possam se unir e montar um acordo para juntos adiarem a entrega do smartphone aos seus filhos, minimizando assim a pressão social a que tanto estão expostos.

Nós começamos pela escola de nossos filhos e queremos espalhar essa semente por todo o Brasil.

Apostamos no fato de que cada comunidade tem outras mães e pais preocupados, como nós estamos, e dispostos a engajarem suas respectivas comunidades nessa missão até que não tenhamos mais crianças brasileiras perdendo a infância e parte da adolescência nas telas.

Estamos aqui para propor uma mudança.
Uma mudança que está em nossas mãos.

Somos um movimento criado por familias a favor do futuro e do bem-estar das nossas crianças. Do tempo de qualidade. Do aprendizado, das conversas atentas, da conexão humana. Das brincadeiras e trocas, dos tropeços e conquistas, das risadas e frustrações.

Não somos um movimento anti-tecnologia.

Não queremos apenas as escolas livres de celulares.

Não estamos julgando decisões passadas, nosso foco é na esperança e na mudança.

Acreditamos na importância do respeito à maturidade neurológica e emocional de cada faixa etária.

Acreditamos na educação sobre o uso moderado, mas entendemos ser injusto esperar que crianças e adolescentes consigam lidar com algo que nem nós, os adultos, temos conseguido.

Vício, ansiedade, assédio, depressão, cyberbullying são riscos que não deveriam estar na palma da mão dos nossos filhos, todos os dias, a todo momento.

Trazemos uma alternativa que não seja dar um celular só porque “todo mundo tem”. Mesmo quando não queremos. Mesmo quando sabemos que eles não estão prontos.

Propomos um acordo coletivo para adiarmos a entrega do celular até, pelo menos, 14 anos e o acesso a redes sociais até, pelo menos, 16.

Para os pais que já deram um celular ao seu filho, propomos que avaliem alternativas que tragam mais socialização, segurança e saúde e tempo de qualidade.

Para todos, propomos o uso consciente e sem excesso, inclusive aos adultos. Afinal, nós também precisamos mudar.

Acreditamos no poder do coletivo. Juntos somos mais fortes.

Faça parte dessa mudança e reescreva a infância e o futuro dos nossos filhos.

Vamos juntos. Desconecte. Está nas nossas mãos!